Quem nunca se entregou e cantou
as músicas da dupla Sandy e Junior, mesmo que tenha sido só no karaokê, que
atire a primeira pedra. Sandy Leah Lima e Junior Lima surgiram no cenário
musical brasileiro na década de 90, quando ainda eram pirralhos e suas vozes
ainda não eram tão desenvolvidas profissionalmente (talvez a do Junior nunca
tenha evoluído). Filhos do cantor sertanejo Xororó, da dupla Chitãozinho e
Xororó, adotaram ser uma dupla de cantores, mas não seguiram a mesma linha
musical do pai, optaram por ser do gênero Pop.
Desde a primeira apresentação da
dupla, antes mesmo de terem gravado um CD, já foram um sucesso. Eles tiveram
uma carreira de 17 anos com um histórico de 18 CDs, sendo 4 gravados na
primeira década (90’s). Nesses primeiros, é possível ver claramente a evolução
musical de Sandy e Junior, as músicas foram se tornando mais maduras assim como
eles. Inicialmente sendo cantores crianças e chegando à adolescência, optando
por músicas com temáticas mais românticas e dramáticas, não apenas sendo
músicas que contavam, por exemplo, história de uma viagem à Disney, como no
caso a música “Férias de Julho”.
Sandy e Junior fizeram grande
sucesso entre a camada jovem, e desde a década de 90 conquistou o público e
conseguiu fãs que os acompanharam até seu último trabalho. Assim como eles
ficavam mais velhos, os fãs também ficavam e consumiam o produto musical deles.
Nos primeiros CDs, eles possuíam caráter sertanejo e já no terceiro CD já
largaram a raíz sertaneja, que se deve ao pai e ao tio, e já adotaram um
caráter pop em suas canções. Eles não precisaram de muito para se estabelecer
no mundo pop brasileiro, já que durante essa década foram poucos artistas que
tentaram seguir nesse ramo musical na época. Em pouco tempo, Sandy e Junior
conquistou o público e conseguiu milhares de fãs.
O primeiro CD da dupla Sandy e
Junior foi “Aniversário do Tatu”, lançado em 1991, vendeu 300 mil cópias. Ainda
na aba da carreira artística do pai Xororó, o álbum conta com a participação
dele. As músicas mais famosas foi a música homônima do álbum e a “Maria
Chiquinha” (cover da música interpretada por originalmente por Sonia Mamed e
Evaldo Gouveia em 1961), a qual cantaram numa apresentação no Programa Som
Brasil e lançou a carreira musical da dupla. O álbum contou com 11 faixas,
sendo 7 delas compostas por Xororó. Devido à eles ainda serem crianças, não
possuíam tanto controle da estética, e por isso parece que o pai teve uma
grande contribuição e o disco foi puxado mais para a estética do sertanejo, contando
com a presença de viola em grande parte das músicas, além do tipo de rítmica
que se assemelha à esse gênero da música brasileira. Nele já é possível ver que
quase não se escuta a voz de Junior, tendo a irmã Sandy a vocal principal da
dupla, característica essa que será atribuída em outros trabalhos. Se
repararmos, esse acontecimento ocorre também com diversas duplas sertanejas,
tendo o segundo vocal mais como um apoio à primeira voz. Assim como “Aniversário
do Tatu”, o segundo álbum “Sábado à noite” possui raízes sertanejas.
O terceiro álbum “Tô ligada em
você” possui influência dos anos 60 e da jovem guarda, e a sonoridade é apelativa
para o romântico e pop. A própria capa do CD já antecede o que o consumidor irá
encontrar, pois eles mesmos estão caracterizados à anos 60. O álbum vendeu 450
mil cópias e conteve uma faixa da música em versão português de “You're The One
That I Want' do musical '’Grease”.
Os álbuns “Pra dançar com você”, “Você é D+”,
“Dig Dig Joy”, “Sonho Azul”, “Era uma vez”, “Quatro estações” (considerado um dos mais importantes da carreira) trouxeram o apelo
pop e a transição da fase infantil para adolescência da dupla. Eles fizeram com
que o gênero fosse marcado à eles no cenário brasileiro musical e conquistaram
o público teen. Sendo a Sandy caracterizada pela boa moça e Junior o sonho inatingível
das adolescentes. Um dos álbuns contou com traduções de músicas famosas de Bee
Gees e de Celine Dion, e participações e parcerias como Andrea Bocelli e Enrique
Iglesias apenas com Sandy, as quais fizeram com que na época surgissem boatos de que a dupla iria se separar devido ao trabalho artístico somente realizado pela cantora. Assim como esse, em outros trabalhos posteriormente, a dupla também
usou muito o recurso de utilizar versões em português na construção dos seus
discos.
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